quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Importância da Educação Física Escolar



Todos nós sabemos da importância de fazer uma atividade física e de se manter ativo. Mas isto deve ser trabalhado já na infância, aliando a educação física à educação moral e intelectual, formando o indivíduo como um todo. Infelizmente muitos professores ainda desperdiçam o tempo da aula, dando uma bola aos alunos para que eles joguem futebol, vôlei, enfim, ou o que acharem melhor. Há muitos profissionais que não se preocupam em motivar os alunos. Não planejam as aulas e não tem um objetivo ou finalidade pré-determinada da aula. A educação física não se resume a correr, brincar, jogar bola, fazer ginástica...
A educação física deve sim, integrar o aluno na cultura corporal de movimento, mas de uma forma completa, transmitir conhecimentos sobre a saúde, sobre várias
modalidades do mundo dos esportes e do fitness, adaptando o conteúdo das aulas à individualidade de cada aluno e a fase de desenvolvimento em que estes se encontram. É uma oportunidade de desenvolver as potencialidades de cada um, mas nunca de forma seletiva e sim, incluindo todos os alunos no programa.
Os alunos não devem acreditar que a aula de educação física é apenas uma hora de lazer ou recreação, mas que é uma aula como as outras, cheia de conhecimentos que poderão trazer muitos benefícios se inseridos no cotidiano. Mas, para que estes benefícios sejam notados é essencial manter uma regularidade nas atividades e desta forma, a meu ver, a aula de educação física deveria ocorrer pelo menos 3x por semana.
As aulas devem ser dinâmicas, estimulantes e interessantes. Os conteúdos precisam ter uma complexidade crescente a cada série acompanhando o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno. Precisa existir uma relação teórica-prática na metodologia de ensino.
O professor tem de inovar e diversificar, pois o campo de trabalho envolve muitas atividades que podem ser trabalhadas com os alunos como jogos, competições, dança, música, teatro, expressão corporal, práticas de aptidão física, jogos de mímica, gincanas, leituras de textos, trabalhos escritos e práticos, dinâmica em grupo, uso de tv, dvd, etc. O campo é muito amplo. Basta o professor ser responsável, ter seriedade e muita criatividade. Um trabalho bem feito deve estimular a longevidade com qualidade. 

Educação Física no Ensino Médio

O Ensino Médio encerra a educação básica e tem por finalidade consolidar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental por meio da construção de competências básicas que situem o aluno como produtor de conhecimento e cidadão participante.
Existe a necessidade de integrar a aula de Educação Física às demais disciplinas, buscando alcançar os objetivos com base nos conhecimentos que lhe são próprios. Por isso, o trabalho interdisciplinar é muito bem aceito nesse nível.
Segundo os PCN, as competências e habilidades que os alunos possuem possibilitam conhecimento, informações e aprendizagens individuais que fundamentam o aluno para o autogerenciamento das atividades corporais, capacitando-o para uma análise crítica dos programas de atividade física e para o estabelecimento de critérios para julgamento, escolha e realização de atividades corporais saudáveis.
Com isso, cada vez mais surge a idéia de integrar à Educação Física o conceito de qualidade de vida, porque essa abordagem traz subsídios e informações para a conscientização da importância da atividade física como uma prática regular do dia-a-dia.
O aluno do Ensino Médio
Nessa fase, os alunos estão passando pelas transformações e turbulências típicas da adolescência. Existem várias definições que buscam caracterizar esse período em diferentes dimensões (psicológica, física, social, etc.), mas, de maneira geral, há um consenso de que essa fase se caracteriza por ser um momento de transição entre a infância e a juventude. De certo modo, os primeiros anos da adolescência têm muito em comum com os primeiros anos da infância.
Durante a puberdade, tanto os meninos quanto as meninas têm um aumento acelerado do peso, da altura e do desenvolvimento muscular e esquelético, o que pode afetar o desempenho do aluno nas aulas de Educação Física no que diz respeito à força física. Além das mudanças diretamente relacionadas à puberdade, há mudanças fisiológicas que influenciam o desempenho físico dos alunos de ambos os sexos.
As atividades para a aula de educação física
O aspecto cultural é um fator importante para determinar as atividades a serem selecionadas para as aulas de Educação Física. Cada adolescente tem um estilo próprio e identifica-se com as modalidades que vão ao encontro dos seus interesses e características. No eixo que norteia a proposta de conteúdos a serem trabalhados no Ensino Médio, temos esportes coletivos e individuais, danças, ginástica, lutas, além de outras atividades que, com a globalização, estão tendo destaque e fazem parte do cotidiano do adolescente. Abordar ainda temas como nutrição, fisiologia e outros ligados à saúde e à qualidade de vida ajuda os alunos a ter um desenvolvimento global.







Referencias

NASCIMENTO T A. A importância da Educação Física para o jovem adolescente entre 15 e 17 anos no Ensino Médio. In: Anais do Simpósio Metropolitano de Atividade Física; 1998 mai 29-31. São Paulo, Brasil.

LORENZ, C F & TIBEAU C. A percepção de estudantes do Ensino Médio sobre as aulas de Educação Física Escolar: Disciplina ou Atividade? São Paulo; 2001.

Educação Física no Ensino Fundamental

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 (PCNs), o trabalho de Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental é importante, pois possibilita aos alunos terem desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com a finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções.
A área de Educação Física fundamenta-se nas concepções de corpo e movimento. Isto é, a natureza do trabalho desenvolvido nesta área tem íntima relação com a compreensão que se tem desses dois conceitos.
A Educação Física nos anos iniciais, segundo a Legislação, tem recebido sempre uma acentuação global do desenvolvimento integral da criança. De acordo com Rosamilha (1979) no Edital nº20 de 04/04/61, da cidade do Rio de Janeiro, tomamos o conhecimento de que:
“A Educação Física nas escolas primárias terá por fim [ ...] promover, por meio de atividades físicas adequadas, o desenvolvimento integral da criança, permitindo que cada uma atinja o máximo de sua capacidade física e mental, contribuindo na formação de sua personalidade e integração no meio social, [...]” (p.74).
Assim, percebe-se que a Educação Física desde décadas atrás tem como objetivo possibilitar prazer funcional, com base fundamental no movimento. Ela deve oportunizar ao educando a multiplicidade de suas possibilidades cinéticas, ampliando seu mundo disponível. Entretanto, algo mais que todos os exercícios físicos, ela é educação, pois através da seleção e ordenamento das atividades o educador busca cumprir seus objetivos educacionais.
Esta afirmação continua tão atual que os PCNs de 1997 nos colocam também, que a prática da Educação física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as potencialidades e limitações, sabendo distinguir situações de trabalho corporal que podem ser prejudiciais a sua saúde. A iniciação precoce, a performance e o imediatismo desconsideram a individualidade de cada aluno, único em suas potencialidades e limitações. Os movimentos são estereotipados, gerando conformismo pela ausência do exercício da crítica e do espaço da criação.
“Em oposição a uma Educação Física mantenedora do “status quo” propõe-se uma ação onde o homem seja o agente ativo da construção de sua história pela sua ação consciente” (Padrão Referencial de Currículo, p.67)
Fazendo-se necessário que os profissionais de Educação Física conheçam o corpo teórico que sustenta a visão da Ciência, a conceituação específica do seu campo de conhecimento e valorizem o saber popular como parte do pensar e do fazer da Ciência, visto que
“(...) as respostas que o homem dá aos problemas do mundo da vida, ou do mundo e suas práticas, são, ao menos, tão racionais e são teóricas, como as suas indignações sobre a natureza do mundo físico.”(Padrão Referencial de Currículo, p. 102)
Propor ao aluno uma participação ativa no próprio aprendizado, a pesquisa em grupo, a experimentação e atividades que estimulem o questionamento e o raciocínio, contribuindo assim, no processo de resgate de uma Educação Física inserida no contexto escolar, como uma prática social, alicerçada na participação coletiva, que promova autonomia, criatividade e socialização, e não apenas como um componente, que desenvolve sua atividade fora da sala de aula.
A Educação Física permite que se vivencie diferentes práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais que seja vista como uma variada combinação de influências onde é presente na vida cotidiana. A partir das danças, dos esportes, dos jogos que compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido e desfrutado.






Referências

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Educação Física. V.7. Brasília:1997.

Padrão Referencial de Currículo:1995-1998. Departamento Pedagógico/Divisão de Ensino Fundamental. Porto Alegre:1996.

Rosamilha, N. Psicologia do Jogo e Aprendizagem Infantil. São Paulo:Livraria Pioneira, 1979.

Educação Física na Educação Infantil

A Educação Física na Educação Infantil pode ter um papel importantíssimo no desenvolvimento das crianças, organizando um ambiente adequado e dando oportunidade para que tenham experiências positivas que lhes proporcionem um crescimento sadio e o desenvolvimento de várias habilidades.
Como as crianças dessa idade estão em um acelerado processo de desenvolvimento, devemos nos preocupar em realizar atividades que as ajudem a adquirir os padrões fundamentais do movimento, que estão assim divididos: locomoção, manipulação e equilíbrio.
Os padrões de locomoção permitem a exploração de todo o ambiente e incluem atividades como andar, correr, saltar e suas variações, além de todos os movimentos que deslocam o corpo no espaço.
Os padrões de manipulação envolvem o relacionamento do indivíduo com os objetos que estão à sua volta. Podemos dividi-los em dois tipos de ações: no primeiro, o objeto aproxima-se do corpo da pessoa, e esta deve interromper a sua trajetória. No segundo, o objeto deve ser afastado do corpo da pessoa, com o auxílio do próprio corpo ou com a utilização de outroobjeto. Estão incluídos nesse grupo atividades como receber, pegar, arremessar, rebater, chutar, entre outras.
Os padrões de equilíbrio permitem às pessoas manter a postura do corpo no espaço e estão relacionados com as forças que a gravidade exerce sobre o corpo. Embora as suas posições sejam estáticas, esses padrões são importantes para os padrões de locomoção e manipulação, porque o equilíbrio auxilia na coordenação do movimento durante uma ação. Como exemplos de padrões de equilíbrio, podemos citar ficar em pé, sentar, equilibrar-se, etc.
Os padrões de movimento não são inatos, mas sim adquiridos com o tempo e a vivência. Esse processo inicia-se em casa, nas brincadeiras realizadas no dia-a-dia e, portanto, a criança chega à escola dominando-os parcialmente.
Para que ela possa se aperfeiçoar, as aulas realizadas na Educação Infantil devem buscar o desenvolvimento desses padrões através de jogos e brincadeiras que envolvam os movimentos fundamentais. É importante salientar que a aceleração do processo de aprendizagem de um movimento básico (desenvolvimento precoce) pode causar insucessos futuros. Deve-se respeitar os limites das crianças e jamais forçá-las a fazer alguma atividade sem que estejam preparadas para isso.Com a estimulação dos padrões fundamentais do movimento, podemos desenvolver as habilidades motoras de cada criança e, através de jogos e brincadeiras que envolvam todos os alunos, desenvolver, também, as suas habilidades sociais. Afinal, não devemos ter somente a preocupação de desenvolver os aspectos físicos de nossos alunos, mas também ensiná-los a viver em sociedade. Dessa maneira, podemos dar uma enorme contribuição para o desenvolvimento global das crianças.






Referencias

KUNZ, Elenor (2001): Didática da Educação Física 1, 2.ª ed. Ijuí: Unijuí


SAYÃO, D. T. (2002): “Infância, prática de ensino de Educação Física e Educação Infantil”, in: VAZ, A. F.;  SAYÃO, D. T., e PINTO, F. M. (Org.): Educação do corpo e formação de professores: reflexões sobre a prática de ensino de Educação Física. Florianópolis: Ed. da UFSC.